Daqui íamos apanhar o Ferry para a ilha de Don Det.
Sim, um barquinho rasteiro, atracado a um não cais, com motor fora de borda de 2 cavalos, isto era o nosso “Ferry”!
Beijinhos.
Até logo
Saindo de Lisboa, em direcção a Leste e regressando de novo, vinda do Oeste, faz uma volta de 360 graus. Durante a volta muito há para contar. E depois da chegada ainda tanto por escrever... sobre outras saídas, outras viagens.
Entre mais águas de coco e divertidas canastas, com uns passeios de canoa no mar, ou um passeio de bicicleta ao encontro da actividade piscatória de Mui Né, passámos ali dias estupendos. O descanso do sol e da praia renovaram-me a alma… O casual (ou não) encontro com estas amigas, a Ana, a Barbara, a Madalena e a Maria, que nos receberam nas suas férias com uma naturalidade genuína, foi um dos responsáveis por esta nova bagagem que trago na mala.
Depois do merecido ou ansiado, mas aproveitado descanso seguíamos para Ho Chi Minh, cidade que desde do dia da chegada me tinha ficado no goto… Casas baixinhas, várias cores, muito verde, e milhões de motas que dominam o trânsito. Mas a ida não foi seguida. Deixámos a praia com um dia de sobra para ainda em tão boa companhia percorrermos os braços do enorme delta do rio Mekong. Protegidas como os locais do sol e da chuva, seguimos no barco rasteiro a voltinha das provas, entrámos pelos vários canais para desfrutar das iguarias que preparam para o turista. Rebuçados de coco ou ananás, fruta fresca, chá ou whisky ao som de musica típica, foi o que nos ofereceram. Além dos recursos naturais da zona, o turismo é umas das principais fontes de riqueza da gente do Mekong.
Na cidade de Ho Chi Minh, passámos ainda uma bela tarde de canastas e conversas antes do regresso delas a Shanghai. A nossa estada iria durar o tempo necessário para tratar da próxima paragem… Vistos e afins teriam de ser providenciados. Mas logo na primeira de milhões de agências de viagens daquela rua percebemos que são imensas as formas de ir para o Cambodja, e que o visto é comprado na fronteira, e tudo é tratado por eles. Marcámos partida para daí a 3 dias, e procurámos um pouco mais da cidade. Como qualquer uma asiática, Saigão não foge è regra da desordem. Atravessar a rua é de olhos fechados, as passadeiras são apenas riscos brancos no chão, e os sinais de trânsito são meros enfeites. As motas são o que de melhor tem esta cidade, dessas a 4 tempos, com mudanças automáticas, põe com a ponta do pé, tira com o calcanhar, onde a velocidade não é muita, mas também não é precisa, podem ser alugadas em qualquer esquina. Experimentámos apenas a pendura, como táxi, pois o conselho foi que neste trânsito só os locais…
Mas a volta ao Vietnam vai acontecer. Depois de percorremos o Cambodja e o Laos, voltaremos a entrar no país para descobrir as maravilhas do norte. Na cidade de Hanoi veremos se não alugo uma motinha…
Até logo.
A primeira tarefa era tratar do visto para o Vietname, a nossa paragem seguinte. Já nos tínhamos atrasado na chegada a Pequim com a perca do comboio, e com o visto da China a expirar nos 5 dias seguintes, estávamos em contra relógio. Tratadas as obrigações abrimos o guia da FanShan e seguimos caminho. Os locais a visitar eram os mesmos, os que já conhecia… mas há sempre coisas diferentes a reparar e para mim a novidade esteve na relação com a expectativa. A emoção da Carmo ao querer ver a capital do Império do Meio mostrou-me também um bocadinho mais desta Pequim.
O tempo era escasso, a cidade era grande, a gestão tinha de ser bem feita, mas a organização à medida, do guia caseiro levou-nos tranquilamente, sem correrias nem muitos cansaços à maravilha cultural de Pequim…
Nos grandiosos jardins as atracções dos velhotes continuam a deliciar-nos e a convidar-nos a participar nas suas danças e nos seus jogos. No Templo do Sol, também conhecido como Ritan Park, encontrámos cânticos a entreter as horas de descanso dos trolhas que ultimam os pormenores para a perfeição dos jardins. No Templo do Céu apreciamos os imensos canteiros que a primavera plantou, sempre com um brilho de acabado de ser limpo. O Beihai Park, ou Templo de Inverno, às 7h da manhã mostra-nos a longevidade deste povo. Desde várias formas de TaiChi e danças de salão ao som de música chinesa, a actividade é grande e não nos desprende a atenção.O Palácio de verão foi guardado para visitar ao fim do dia na tentativa de ver o pôr do sol, que não nos quis dar a sua graça por culpa do tempo… Passeámos a pé, andámos de barco, desfrutámos o templo do outro lado do lago… Foi aqui que mais recordações tive desse verão em Pequim, daquela tarde que parecia não querer acabar, nem o sol se punha nem nós queríamos ir…
O comércio também não nos escapou. Entre os armazéns de fake até ao mercado das antiguidades as compras são indispensáveis… Não pudemos deixar de ir ao Armazém da FanShan dar uma voltinha… não nos fosse apetecer levar uns suvenirs chineses…
A procura das lojas de rua é que foi em vão… Daqueles hutongs, com bancas de comércio a vender o que têm e o que não têm, debruçadas de forma anárquica nas ruas, já pouco ou nada existe. A renovação da cidade limpou e restaurou a maior parte destes verdadeiros bairros chineses, onde o negócio pessoal e caseiro é substituído por lojas arrumadas dentro de casa e onde o turista pode passear em Rickshaws de luxo à volta do bairro. Nós optámos pela bicicleta para reconhecer um pouco destes Hutongs renovados…
Na cidade proibida passeámos como verdadeiras turistas depois de subir ao cume de um jardim atrás dos imensos telhados que nos mostra a verdadeira grandiosidade da cidade do Mao…
A ida à Muralha da China foi bem diferente… Para fugir ao típico local turístico que nos invade de bancas de lojas a vender muralhas em ponto pequeno, mas que ainda assim vale a pena, seguimos os conselhos do Rui, um português de férias em Pequim que encontrámos completamente por acaso... É um formato novo que nos possibilita ir de uma cidade a outra, Jinshaling até Sematai pela Muralha. Foram 10 Km a escalar pedra onde ainda se podem ver escritos os nomes dos soldados da dinastia de Ming. Muita muralha vimos nós… Andávamos, andávamos, andávamos e havia tanta pedra para a frente como para trás… sentia-me em alto mar sem avistar pinta de terra. Mas uma paisagem maravilhosa…
Até logo