Thursday, August 2, 2007

Princesas em Bangkok

Já era tarde, passava da meia noite, quando procurávamos, o taxista e eu, a residência da embaixada portuguesa em Bangkok. As indicações que tinha levavam-me para o Royal Orchid Sheraton Hotel, costas com costas com o destino procurado, mas entre o pouco inglês do taxista e o meu nulo thai, a comunicação não era suficiente para perceber o óbvio. Depois de parar num seven eleven para carregar o telemóvel do senhor, ligámos para o número que eu tinha, era da Senhora Embaixatriz. Finalmente nos encontrámos.

A Carmo só chegava no dia seguinte, acabavam então finalmente as duas e longas semanas de separação, mas ainda faltava uma noite e um dia. A noite passou rápido, soube bem o serão. Em muito boa companhia e muito bem instalada, soube mesmo bem “estar em casa”. Não por não ser um hotel, ou uma guest house, ou mesmo por ser uma residência oficial… mas de repente na televisão viam-se telenovelas ou o Jornal da Tarde, os livros eram sobre os Açores, ou sobre fado, e a conversa era familiar, e em amena cavaqueira afastando as formalidades diplomáticas, criou-se o ambiente mais caseiro e acolhedor que podia esperar, fazendo daquele serão a vontade de outros iguais. Seguiram-se mais vários e bons serões em muito boa companhia.
No dia seguinte vaguei pelo bairro, andei pela Chinatown, entrei num dos milhares de templos budistas espalhados pela cidade, apanhei o barco de volta para casa, para em mais um magnifico serão, esperar pela Carmo, que chegava mais ou menos à mesma hora que eu tinha chegado, percorrendo também a sua própria odisseia.


Foram 5 principescos dias passados em Bangkok, pois a companhia dificultava o afastamento da cidade grande, além das possibilidades de visitar as famosas e turísticas ilhas Pipis, ou a não menos cobiçada Puket, ficarem fora do orçamento previsto, e fugirem do tempo disponível, havia alternativas. Apenas por 3 horas de camioneta e 15 minutos de ferry, estávamos numa ilha a sul da capital, igualmente paradisíaca, pelo menos para olhos cegos do resto, que nos encheria as medidas no fim de semana. Na sexta feira de manhã, de mochilinha às costas, antes de apanhar a camioneta em direcção ao tal paraíso, passámos pela costureira de sedas tailandesas, não perdendo a oportunidade de preparar uma indumentária oriental para casamentos que se avistavam em breve. Foram dois dias de descanso puro. Entre banhos e massagens, manicure e sumos de limão, descansámos e ganhámos uma corzinha, para voltar em beleza para os ditos casamentos.

A cidade foi-nos graciosamente mostrada por Keith, colaborador Thai da Embaixada, que se disponibilizou imediatamente para dar connosco a voltinha chave com direito a uma massagem no fim, nesse que é o melhor sitio de massagem tailandesa de sempre, mestre do que mais existe, sito no monumento onde descansa o maior Buda deitado do mundo. Confesso que as massagens a mim não me descontraem assim tanto, as cócegas falam mais alto que o tal relaxamento, mas tentado esquece-las, pensando noutro assunto, como quem vai além do além procurando o nirvana por meia hora, aquilo até relaxa e descontrai, e pode até tornar-se um vicio… Enfim, gostei da experiência.
O Palácio Real foi o ponto principal, deixando-nos com a máquina meia perdia sem saber em que direcção disparar… Tudo merecia uma chapa, tudo nos abria a boca, uma mistura de cores, de feitios, de invólucros, tudo com uma razão muito especifica de ser. Os macacos sem sapatos são deuses e os calçados são diabos… Devaneando no labirinto de templos, perdi a noção do tempo e do espaço deixando-me guiar pelo sentimento imediato que sabia exactamente o caminho a seguir… Jardins que me fixam a atenção, que monstram telhados que me fazem sentir na Tailândia.

Nem o norte montanhoso, nem os safaris de elefante foram preenchidos desta vez. Alguma coisa tinha de ficar por ver, não fosse haver falta de argumento para ter de voltar a visitar tão encantador país, que já foge um pouco àquele habitual desordenado e confuso do sudeste asiático. Fica um abraço da sorte na despedida, e um até breve no coração.


Até logo.

6 comments:

lee said...

Voltastee! Voltastee!

MRA said...

A Leonor tirou-me as palavras da boca: voltaste!!!!! e agora vou ler o que escreveste....

MRA said...

Já li... é de facto muito bom ter-te (ler-te)de volta... parecia que lá estava... a vossa vinda quebrou a distância da vossa viagem... e depois... recordei a bela noite passada no aeroporto de lisboa...

Unknown said...

Ola Rita

Estive a ver o Blog agora. Estive de ferias em Portugal e so agora regressei a BKK. Pelo que li gostarm da visita e como nao viram nada do melhor da Tailandia, o Norte teem que regressar.

Um beijo

Nuno

Mary said...

Olá
Também voltei das minhas férias! pintainho molhou as penas e bicou areia pela primeira vez...e que bem que me soube voltar a Bangkok pelas tuas "mãos"..já lá vão 3 anos desde que lá estive...que saudades!
mtos bjs
Ga-Mary

Anonymous said...

...Cada texto que passa gosto mais de "te ler"!
Ah e fiquei mto contente de saber que não tinhas mudado muitoooo: que massagens (mesmo as tailandesas cromas) te fazem rir em vez de descontraír!!! :)
Muitos Beijinhos!
Madalena