Engenheiros, arquitectos, agricultores, soldados e guardiães, os Inkas dominavam a montanha andina como ninguém, detendo uma resistência impar e surpreendente para a época. Na mais alta, mais inclinada e inacessível montanha, onde houvesse terreno fértil havia zona de socalcos plantados, onde houvesse ponto de vista estratégico erguia-se uma torre de controle. Construíam os seus templos e palácios com perdas perfeitas que até hoje não se sabe como as cortavam de tão polidas e rectilíneas que se encontram. Construções do século XII ainda hoje perfeitas, intactas, resistindo desde sempre a massacres e terramotos. Só mesmo as armas de fogo das invasões espanholas detonaram este bravo e indestrutível povo, que não deixou de marcar a sua existência sendo ainda hoje principal identidade deste país, fazendo parte activa da história do Peru.
Hoje permanecem ruínas, guias e teorias para trazer milhões de turistas de todo o mundo ao Peru, ansiando conhecer as proezas erguidas por um povo que ia muito além do que se pensa que se conhecia na sua altura. Chegam dos quatro cantos do globo especialistas de todos os ramos para tentar adivinhar como construíra este povo tão impressionantes e maravilhosas obras de engenharia, com tão poucos recursos e técnicas... Pensa-se em ignorância... seriam eles tão desprovidos de conhecimentos? Ou estaria o desconhecimento do outro lado do Oceano?
A nossa visita à principal fonte de receita do turismo peruano começou por Cusco, termo que significa Umbigo na língua mãe da civilização Inka, o Quechua, que ainda hoje é falado pelo país fora. Diz-se que este lugar era para os Inkas o umbigo do mundo, era esta cidade o centro de todo o seu império. Chegámos em dia de censo nacional. Depois de uma viagem de 22 horas de autocarro desde a capital, Cusco estava vazia, silenciosa, com a actividade a meio gás, e não totalmente parada para não afectar o turismo. Deambulámos pelas ruas empedradas de passeios largos, inclinadas e repletas de lojas de artesanato local enchendo o olho do visitante, descobrindo a pouco e pouco a sua orientação e a sua gente que aparecia gradualmente à medida que cumpria o dever cívico. A cidade foi abrindo lentamente, mostrando-nos os seus encantos aos poucos. Finalmente cheia de vida, Cusco aparece como um lugar familiar, rústico, castiço. Apetecia ficar...
Bem perto da cidade estende-se o Vale Sagrado, lugar verde, fértil, de imensas riquezas naturais onde este bravo povo se estabeleceu e cresceu. Para o visitar existem tours, excursões, pacotes turísticos, do tempo que se tiver disponível, partido em dias ou horas. Mas para nós, a oportunidade foi diferente. Mais uma vez a Oikos permitiu que não ingressássemos em visitas pré-marcadas com horários e tempo limitados para percorrer este imenso vale repleto de civilização Inka. Com Abel, um colaborador do projecto da Oikos em Cusco, percorremos todo o vale, durante todo o dia, visitando as suas proezas, riquezas e vistigios Inkas. Desde Pisac a Ollantaytambo tudo o que os Inkas aqui deixaram foi visto por nós, deixando-me desde logo uma admiração forte por estas origens peruanas.
Maravilha do mundo, Património da Humanidade, jóia do Peru, orgulho cusquenho, a cidade Inka mais incrédula e admirável de sempre aproximava-se. Porquê esta misticidade sobre a cidade em ruínas? Porque visitam milhões de turistas por ano, de todas as partes do mundo este lugar? Porquê está esta cidade perdia marcada no mapa mundo? Mal podia esperar para poder encontrar respostas a tudo isto. Iria eu perceber porquê?
Estávamos finalmente a chegar a Machu Picchu! A ansiedade que já se tornara dor de barriga, não me largava desde há dias. Cada vez estava mais próxima a chegada. O Comboio ziguezagueava pela montanha, marcha a frente, marcha atrás, deixando a cidade de Cusco a pouco e pouco, aumentando a minha já patológica ansiedade de forma galopante. Do outro lado da janela o Vale Sagrado, a paisagem verde andina, Inka, não me deixava adormecer resistindo facilmente à luta contra ao imenso sono que aquela alvorada madrugadora me dera.
É em Aguas Calientes que termina a linha de comboio e onde se apanha o autocarro para a entrada da esperada cidade. Aqui encontra-se uma infra-estrutura que suporta os milhares de visitantes que anseiam como eu ver Machu Picchu. À entrada das ruínas apenas existe um hotel de luxo, onde uma minoria de afortunados turistas se aloja adormecendo ao som da mais conhecida montanha Inka. Graças a um Amigo especial era ali que íamos dormir! A oportunidade de acordar ao lado dos Inkas é rara e única, e nós tivemo-la como um inesquecível presente! Entrámos no Santuário Lounge para fazer check-in espantando o próprio camareiro que ao abrir a porta pergunta com palavras de defesa o que vêm duas mochileiras fazer ao lobby do hotel? Temos uma reserva! Ali ficámos desfrutando do magnifico espaço privilegiado imaginando o dia seguinte que ia chegar antes de tudo e de todos.
Naquela manhã, ainda nem o sol tinha aparecido por detrás da montanha, já estávamos na porta de entrada esperando que nos deixassem ingressar pela cidade perdida... A magnitude e grandeza do que via ao vivo, com os meus próprios olhos, ia muito alem de todas as imagens que os postais e as fotografias promotoras das agencias de viagens me tinham posto na memória. Com o grande Waynapicchu por trás, a cidade estende-se naquele amanhecer reflectindo no enorme monte a luz da aurora, petrificando o meu olhar e os meus movimentos, sem quase conseguir manejar a máquina. Começavam a entrar respostas às minhas ingénuas e tontas perguntas. Além da impressionante construção Inka, de uma enorme civilização que é descoberta apenas no inicio do século XX por um curioso arqueólogo americano, esta paisagem impõe um sentimento de pequenez, de inexistência, de incredibilidade jamais sentido antes. Sem palavras para materializar como bate o peito entendo desde o primeiro segundo o porquê da fama deste lugar.
Já com o sol à vista caminhámos em direcção ao sopé de Waynapicchu, para o galgar. Lá de cima outra vista que nos prende a respiração. A bruma que cobre e descobre a cidade aleatoriamente no tempo envolve-me naquele cume voltando a trazer respostas ao meu interior... Que imponência.
Também Adam, um americano que viaja há meses, se petrifica com aquela vista. Com ele seguimos à descoberta de tantos mais pontos e lugares daquelas ruínas. Entre paragens contempladoras e milhares de fotografias vagueamos pela cidade em busca de mais pontos de vista. Foram ainda mais dois lugares lá no alto que visitámos. De todos os pontos a vista era diferente e igualmente impressionante e indescritível nas imagens e nas palavras.
Foi um dia longo, cheio de coisas e respostas. A viagem de volta a Cusco passa com a rapidez da vontade de chegar a mais um pedaço da maravilhosa oportunidade que nos presenteia o mesmo Amigo que nos deu o nascer do sol em Machu Picchu. Era no Monesterio que íamos ficar mais duas noites. O descanso confortante do melhor hotel de Cusco preencheu por completo a visita ao centro do mundo Inka. Aproveitamos a cidade como nunca, com a alma cheia e rica de satisfação. Obrigada Xico!
Até logo!
Hoje permanecem ruínas, guias e teorias para trazer milhões de turistas de todo o mundo ao Peru, ansiando conhecer as proezas erguidas por um povo que ia muito além do que se pensa que se conhecia na sua altura. Chegam dos quatro cantos do globo especialistas de todos os ramos para tentar adivinhar como construíra este povo tão impressionantes e maravilhosas obras de engenharia, com tão poucos recursos e técnicas... Pensa-se em ignorância... seriam eles tão desprovidos de conhecimentos? Ou estaria o desconhecimento do outro lado do Oceano?
A nossa visita à principal fonte de receita do turismo peruano começou por Cusco, termo que significa Umbigo na língua mãe da civilização Inka, o Quechua, que ainda hoje é falado pelo país fora. Diz-se que este lugar era para os Inkas o umbigo do mundo, era esta cidade o centro de todo o seu império. Chegámos em dia de censo nacional. Depois de uma viagem de 22 horas de autocarro desde a capital, Cusco estava vazia, silenciosa, com a actividade a meio gás, e não totalmente parada para não afectar o turismo. Deambulámos pelas ruas empedradas de passeios largos, inclinadas e repletas de lojas de artesanato local enchendo o olho do visitante, descobrindo a pouco e pouco a sua orientação e a sua gente que aparecia gradualmente à medida que cumpria o dever cívico. A cidade foi abrindo lentamente, mostrando-nos os seus encantos aos poucos. Finalmente cheia de vida, Cusco aparece como um lugar familiar, rústico, castiço. Apetecia ficar...
Bem perto da cidade estende-se o Vale Sagrado, lugar verde, fértil, de imensas riquezas naturais onde este bravo povo se estabeleceu e cresceu. Para o visitar existem tours, excursões, pacotes turísticos, do tempo que se tiver disponível, partido em dias ou horas. Mas para nós, a oportunidade foi diferente. Mais uma vez a Oikos permitiu que não ingressássemos em visitas pré-marcadas com horários e tempo limitados para percorrer este imenso vale repleto de civilização Inka. Com Abel, um colaborador do projecto da Oikos em Cusco, percorremos todo o vale, durante todo o dia, visitando as suas proezas, riquezas e vistigios Inkas. Desde Pisac a Ollantaytambo tudo o que os Inkas aqui deixaram foi visto por nós, deixando-me desde logo uma admiração forte por estas origens peruanas.
Maravilha do mundo, Património da Humanidade, jóia do Peru, orgulho cusquenho, a cidade Inka mais incrédula e admirável de sempre aproximava-se. Porquê esta misticidade sobre a cidade em ruínas? Porque visitam milhões de turistas por ano, de todas as partes do mundo este lugar? Porquê está esta cidade perdia marcada no mapa mundo? Mal podia esperar para poder encontrar respostas a tudo isto. Iria eu perceber porquê?
Estávamos finalmente a chegar a Machu Picchu! A ansiedade que já se tornara dor de barriga, não me largava desde há dias. Cada vez estava mais próxima a chegada. O Comboio ziguezagueava pela montanha, marcha a frente, marcha atrás, deixando a cidade de Cusco a pouco e pouco, aumentando a minha já patológica ansiedade de forma galopante. Do outro lado da janela o Vale Sagrado, a paisagem verde andina, Inka, não me deixava adormecer resistindo facilmente à luta contra ao imenso sono que aquela alvorada madrugadora me dera.
É em Aguas Calientes que termina a linha de comboio e onde se apanha o autocarro para a entrada da esperada cidade. Aqui encontra-se uma infra-estrutura que suporta os milhares de visitantes que anseiam como eu ver Machu Picchu. À entrada das ruínas apenas existe um hotel de luxo, onde uma minoria de afortunados turistas se aloja adormecendo ao som da mais conhecida montanha Inka. Graças a um Amigo especial era ali que íamos dormir! A oportunidade de acordar ao lado dos Inkas é rara e única, e nós tivemo-la como um inesquecível presente! Entrámos no Santuário Lounge para fazer check-in espantando o próprio camareiro que ao abrir a porta pergunta com palavras de defesa o que vêm duas mochileiras fazer ao lobby do hotel? Temos uma reserva! Ali ficámos desfrutando do magnifico espaço privilegiado imaginando o dia seguinte que ia chegar antes de tudo e de todos.
Naquela manhã, ainda nem o sol tinha aparecido por detrás da montanha, já estávamos na porta de entrada esperando que nos deixassem ingressar pela cidade perdida... A magnitude e grandeza do que via ao vivo, com os meus próprios olhos, ia muito alem de todas as imagens que os postais e as fotografias promotoras das agencias de viagens me tinham posto na memória. Com o grande Waynapicchu por trás, a cidade estende-se naquele amanhecer reflectindo no enorme monte a luz da aurora, petrificando o meu olhar e os meus movimentos, sem quase conseguir manejar a máquina. Começavam a entrar respostas às minhas ingénuas e tontas perguntas. Além da impressionante construção Inka, de uma enorme civilização que é descoberta apenas no inicio do século XX por um curioso arqueólogo americano, esta paisagem impõe um sentimento de pequenez, de inexistência, de incredibilidade jamais sentido antes. Sem palavras para materializar como bate o peito entendo desde o primeiro segundo o porquê da fama deste lugar.
Já com o sol à vista caminhámos em direcção ao sopé de Waynapicchu, para o galgar. Lá de cima outra vista que nos prende a respiração. A bruma que cobre e descobre a cidade aleatoriamente no tempo envolve-me naquele cume voltando a trazer respostas ao meu interior... Que imponência.
Também Adam, um americano que viaja há meses, se petrifica com aquela vista. Com ele seguimos à descoberta de tantos mais pontos e lugares daquelas ruínas. Entre paragens contempladoras e milhares de fotografias vagueamos pela cidade em busca de mais pontos de vista. Foram ainda mais dois lugares lá no alto que visitámos. De todos os pontos a vista era diferente e igualmente impressionante e indescritível nas imagens e nas palavras.
Foi um dia longo, cheio de coisas e respostas. A viagem de volta a Cusco passa com a rapidez da vontade de chegar a mais um pedaço da maravilhosa oportunidade que nos presenteia o mesmo Amigo que nos deu o nascer do sol em Machu Picchu. Era no Monesterio que íamos ficar mais duas noites. O descanso confortante do melhor hotel de Cusco preencheu por completo a visita ao centro do mundo Inka. Aproveitamos a cidade como nunca, com a alma cheia e rica de satisfação. Obrigada Xico!
Até logo!
4 comments:
emocionas-me... sempre e hoje em especial!
priminha
nao ha palavras....estou cheia de saudades
beijinhos
mariana
Sempre a melhorar!
é optimo passar por aqui!:)
bjs!
foi como também tivesse subido... a foto ao amanhecer está fantástica... valeu a pena levantar cedo !
beijos para as duas
um Amigo
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