Tuesday, September 11, 2007

New Sealand

Foi como lhe chamou o capitão holandês Abel Tasman quando tentou colonizar esta terra 2 séculos antes dos ingleses se estabelecerem. A força e vontade de defender o que era seu fez com que o povo Maori não se deixasse conquistar facilmente.

Dizem que nestes 268 Kms2 quadrados se podem fazer 10 tipos de férias diferentes. As imensas e diversas paisagens que compõem estas duas ilhas são variadíssimos retalhos de uma enorme manta de ofertas.
12 dias foi o tempo destinado à terra dos Kiwis, esses pássaros que não voam e que têm um bico do tamanho de metade do seu próprio comprimento. Vê-los também é mentira, há muitos e muitos espelhados por aí, mas para os ver vamos ao Zoo ou a algum outro parque natural que os mantenha e alimente... Dizem as más, ou verdadeiras línguas. Não é de todo tempo suficiente para desbravar as paisagens de filme da Nova Zelândia. As escassas estradas que servem perfeitamente para satisfazer as necessidades dos apenas 4,1 milhões de habitantes que ocupam o território, limitam as possibilidades de rotas, mas deslumbram com vistas que nos fazem indiferentes às voltas necessárias para atingir o destino fixado. Qualquer condutor de qualquer autocarro está munido de um microfone que usa para ir informando os passageiros sobre o lado de fora da janela. Sempre que se justifique gastam-se 5 ou 10 minutos num ponto de vista a meio da estrada para uma fotografia que pensava eu só haver em postais. Ao longo das estradas, as árvores que o inverno despiu deixam transparecer enormes lagos com água tão límpida que nem a imensa profundidade lhes esconde o fundo.


Desembarquei em Christchurch, uma cidadezinha pacata, silenciosa e arrumada, dava gosto só de passear pelas ruas. As pessoas simpáticas, atenciosas, parece todas terem tempo para nós. Desde logo senti, confirmando ao longo dos dias, que neste país parece que há tempo e espaço para toda a gente. Somos chamados pelo nome próprio, até pelo condutor do autocarro. Acolhem-nos individualemente, não nos sentimos mais um, mas únicos. Mas aqui não iria ficar muito tempo. Racionalizando os dias para visitar tudo o que pensara depois de estudar o guia quase a fundo, era Queenstown a próxima vontade. Parti no dia seguinte de manhã, chegando à cidade radical, onde nasceu o Bunging Jumping, ao principio da tarde. Uma cidade que se desenvolve na margem de enorme lago, rodeada de montanhas coroadas com neve criando uma vista única. Depois do pequeno passeio de reconhecimento deliciei-me com a subida ao topo na chamada gondula, que me ofereceu uma vista muito melhor da que eu já pensava ter sido única.


A ideia desta cidade trazia no bolso a ida a um dos pontos míticos do parque natural Fiorland, no sudoeste da ilha do sul – Milford sound. Uma enorme língua do mar da Tasmânia entra pela terra adentro rasgando as rijas e altas montanhas até não poder mais. Embora o bom tempo não tivesse vindo connosco no enorme barco que faz o percurso até ao abrir do grande mar, a viagem valeu a pena. Deslumbrando as altíssimas quedas de água furámos o curso do leito até ao mar regressando ao porto debaixo da uma chuva que desde daí não nos deixou...

Aquele cor de rosa do céu ao amanhecer reflectido no lago enaltecia o branco dos cumes que envolviam a cidade. Sair de Queenstown estava difícil. As cores eram de quadro de artista famoso. Deixei a cidade digna de uma rainha viver fazendo por isso jus ao nome, seguindo para norte, acompanhando a costa oeste até Fox Glacier, o destino que se seguia. Estava no país há 2 dias partindo para o terceiro sitio. Fechando consecutivamente o livro que me acompanha nas viagens para ouvir histórias de lugares que o motorista ia contado, rapidamente, sem dar por isso cheguei à cidadezinha de beira de estrada. Pouco passava das 3 da tarde. Procurei poiso e vaguei por aí. Aqui a atracção era um passeio pelos glaciares. Inscrevera-me no programa de metade de dia, escolhendo a parte da manhã pela alvorada não ser demasiado cedo. Foi uma sorte. A manhã mostrou-se limpa, céu azul e sol radioso, ao contrário da tarde que de repente foi invadida por um conjunto de nuvens que cobriram as montanhas.


Vão nos levar a um pedaço de gelo, com 2 ou 3 metros quadrados e vamos poder dizer que andámos em glaciares, pensara eu temendo o que me esperava, longe de perceber ao que ia. Mas algo fizera com que eu comprasse a viagem, confiara cegamente nos kiwis, claro. Boa confiança, ou não seria este um país que valoriza e bem o seu turismo. Não me senti a explorar os Himalais ou a escalar o Monte branco, mas andei num dos 2 únicos glaciares da terra a menos de 400m de altura, a par com outro na patagónia argentina. Primeiro percorremos um caminho ao longo da encosta do monte, seguindo à risca as indicações da guia que às vezes se adiantava para garantir que estávamos fora de perigo de avalanche, até chegar mais perto do glaciar, para então aí o trepar. Picos atados às solas, pau de ponta afiada na mão, subimos para o gigantesco pedaço de gelo com mais de 18 mil anos de existência. Como é imponente a natureza. Os rios que correm nestas paisagens, se são transparentes nascem nos montes, se são esbranquiçados vêm dos glaciares.

Ainda dei um passeio até ao lago Matheson, perto da cidade de Fox Glacier, percorrendo um caminho estreito e comprido por entre uma densa vegetação que roubava a luz do dia fazendo parecer não ter fim. No dia seguinte segui viagem.

Going to Nelson...

Até logo

18 comments:

lee said...

Não imaginas o que é bom ler-te!...sobretudo e mais ainda quando se está fechada num escritório...:)Lufada de ar (re) fresco!

mts bjs azuis

Mary said...

Sem palavras (e com um bocadinho de inveja, ehehe) ....que bom que é saber de ti e conhecer esses paraísos "pelos teus olhos" :)
bjs
Ga-Mary

Anonymous said...

Bolas, já perceberam que és única!
PS: que horas são aí? Já passou a meia noite????

maria ra

João Maria rebelo de Andrade said...

Rita , a vossa viagem é fantastica, o blog esta simplesmente excelente.
se gostares de ver umas fotografias do casamento da Rita e Estevao visita o blog do joao maria
http://joaomariarebelodeandrade.blogspot.com/
divirtam-se muito
tio joao

Anonymous said...

Isto é uma tortura, não ha direito!!

constipado said...

Nunca me passou pela cabeça ficar em 6º

Anonymous said...

Senti, ao ler o seu blog sobre Timor, que tinha uma neta que vai ser muito feliz. A pessoa realiza-se quando está virada para os outros. Já calculava que era assim. Um grande beijinho. Avó

MRA said...

O nosso Constipado está sempre em grande, até quando fica em 6º sobressai...

Carminho said...

Constipado....Para mim tas sempre em primeiro!!!

Anonymous said...

PARABENSSSSSSS E MAIS PARABENSSSSS! :) Ahh os teus escritos são mágicos, sabias??

BJS

Rita Bettencourt said...

Muitos Parabéns!!!!
Confesso que não li as últimas notícias, ainda não tive tempo, mas fica aqui um grande beijinho de Parabéns!

Rita

Anonymous said...

Parabens "velhota"!

Anonymous said...

PARABENS, MIL PARABENS
O casamento foi o máximo, mas sentiu-se a falta de duas míudas muito giras que andam em viagem lá longe,uma delas eras tu míuda, mas como andas a fazer uma viagem extraordinária ficámos todos contentes, por saber que estam bem. só por isso ficas perdoada de não teres aparecido, mil beijinhos de parabens e goza muito por aí

Anonymous said...

não assinei.
tia conceição mil beijinhos

MRA said...

também não era preciso assinar, todos percebemos quem era....

Anonymous said...

Ritinha, finalmente consegui ver o tei blog, está simplesmente fantástico.Acredita tenho imensas saudades tuas.
Mas hoje é um dia especial, pois fazes aninhos, e não queria deixar de te dar um grande beijinho de parabéns, não sei se sabes, mas finalmente estou gravida, e em dezembro qdo chegares nasce o zé maria.
Bom vou ver se te mando um sms para te dar um beijinho.
Ainda não percebeste quem sou?
Pois é sou a Carmo.
Fica aqui um grande beijinho cheio de saudades.
Aproveita.

Mary Joe said...

Um dia conheci o Miguel Amado e antes de partir disse: vem ca duas sobrinhas minhas que estao a dar a volta ao mundo...uma delas canta muito bem! Sao espectaculares...como ele o e! Quando chegaram apercebi-me logo disso. Foram optima companhia enquanto ca estiveram, risadas, jantaradas, subidas ao cristo, fotografias, passeios...deixam saudade. Saudade que vai se matando lendo estas linhas que me inspiram. E mesmo verdade o que se escreve, parece que estamos convosco nesta viagem. Da vontade de largar tudo e fazer o mesmo! Ir ter com voces!
Espero um dia ir a Fnac e ver a venda um livro chamado Soldados do Cozido...e um livro chamado Trezentos e sessenta. Seria um exito de certeza!
Por ca continuo em Dili, a espera de um dia vos ver por ca ou noutras paragens! E por ca continua ansiosa de ler o proximo Posting e sentir-me mais proxima desta vossa aventura, que por breves momentos, participei!

Beijo grande
Maria Joao

Anonymous said...

eu nao custumo ler muito do que tu escreves mas pelo que ouvi dizer que sao lindos :) beijinhos tou cheio de saudades!!! mas vi agora as fotografias na nova zelandia e da australia e tao mesmo loucas muito giras!
beijinhos
António (teu irmao)!