A estada em Sydney foi curta, mas boa. Uma cidade é sempre uma cidade, pede mais dias de visita do que tantas vezes injustamente lhe dedicamos. Imagino se me perguntam quantos dias se deve ficar em Lisboa, nunca menos de 4, eu diria. Mas aqui imperou a lei das prioridades e tendo estendido o tempo em Timor, sem querer roubar muito à Nova Zelândia, esta cidade australiana foi a sacrificada.
Parti de Dili ao fim do dia, sozinha pois a Carmo ficara mais uma semana, em direcção a Darwin. Antes de qualquer bocejo ou hipótese de saciar a sede, fui submetida a uma chuva de perguntas pelos serviços de imigração para garantir que seguramente estava ali apenas, e mesmo só, de visita e não tinha qualquer intenção, nem perto disso, de trabalhar na Austrália, pois mesmo que quisesse não me iam deixar, e bla, bla, bla... Finalmente, depois de ter dito tudo e mais o que houvesse da minha pessoa, entrei na Austrália, e apenas no aeroporto de Darwin. Foram ainda umas horas de espera até embarcar para Sydney, o verdadeiro destino. Aqui cheguei bem cedo, ainda não eram 7 da manhã. Procurei pelo shuttle que me levaria a Kent St, local onde ficava a Base Backpackers. Munida apenas de uma camisolinha de algodão adivinhando o costumeiro frio dentro do avião, levei uma chapada do inverno que me bastou para procurar rapidamente um casaco de jeito. Afinal andava há quase 4 meses num verão profundo que me fez esquecer o que são temperaturas baixas. Foi a primeira coisa que fiz depois de me apoderar da cama a que tinha direito daquele quarto de quatro. Procurei um casaco. Vinha preparada para o frio, mas não para tanto inverno...
Restabelecida do choque térmico e do sono, segui em busca da cidade fantástica. Fui entrando a domar o outro choque com que me defrontei - desenvolvimento. De repente, da pacata cidade Dili, com casas não maiores que dois andares, ruas meio alcatroadas, jipes das organizações internacionais, ou táxis com mais de vinte anos numa marcha sem pressas, vejo-me numa cidade grande, prédios altos, todo o tipo de transportes, carros modernos, milhões de pessoas, lojas, restaurantes. Uma cidade moderna. Vagueei procurando cessar o espanto e realizando que não venho do campo à cidade pela segunda ou terceira vez na vida...
As atracções de Sydney são várias, mas tal como gosto de fazer quando chego a uma cidade, deambulei a pé sem destino, reconhecendo as ruas no mapa, observando em redor, percebendo a organização, pensado no que me apeteceria visitar. Subi à torre, àquela grande torre com uma vista de 360 graus sobre a cidade. O passeio por fora, sky walking, está claro que esgotara dias antes. Talvez fosse melhor assim, não tinha de perder tempo a pensar se valeria o dinheiro para a sensação de momentos… Vi a vista de dentro, que me deu uma perspectiva daquela cidade que parece lutar com o mar atirando línguas de terra à conquista de água ou as baías várias que querem vencer no continente. Este sem número de portos e cais, com a água sempre na vista dá à cidade um encanto especial.
A Opera House foi o ponto que elegi como alto. Já estava preparada para a barreira de assistir a um espectáculo nessa magnifica obra de arquitectura inspirada num descascar de uma laranja pelo próprio arquitecto que a desenhou, mas visita-la por dentro era o meu principal objectivo nesta passagem por Sydney. Tinha ido de ferry até Manly beach, uma forma de ver a cidade do mar e ainda de espreitar as praias do outro lado, durante a manhã. Pensei em fazer tempo para mais ao fim do dia, perto do por do sol contemplar a Opera por fora e depois por dentro. Desembarcámos do ferry, eu e o meu amigo libanês, senhor na casa dos 60 a gozar a reforma de mais de 30 anos de trabalho neste país, seguimos em direcção à ansiada visita. Quando nos aproximamos vejo que está fechada, preparavam um festival que iria decorrer na semana seguinte. Foi o descair do sorriso mais flagrante que vivi, mesmo sem espelho pude vê-lo. A simpática Maria, senhora que anunciava o tal espectáculo, desfez-se em alternativas para eu não ficar magoada com Sydney. Claro que não fiquei. Vi a Opera de todas as outras perspectivas possíveis, e ainda aproveitei mais um pouco a companhia do meu amigo libanês, que passeava também sozinho pois a mulher acostumara-se demais à vida caseira que sempre levara e sair não era o seu forte. Um desfrutar mutuo de companhia para vencer a solitária descoberta do bairro das antigas casas da cidade. Com tanto de pouco jeito como de boa vontade e de muita paciência tirou-me algumas fotografias com o cenário da Opera… ou desfocada, ou cortada, ou com um ferry no meio, sempre fiquei com umas fotos do ex libris de Sydney.
Até logo.
Parti de Dili ao fim do dia, sozinha pois a Carmo ficara mais uma semana, em direcção a Darwin. Antes de qualquer bocejo ou hipótese de saciar a sede, fui submetida a uma chuva de perguntas pelos serviços de imigração para garantir que seguramente estava ali apenas, e mesmo só, de visita e não tinha qualquer intenção, nem perto disso, de trabalhar na Austrália, pois mesmo que quisesse não me iam deixar, e bla, bla, bla... Finalmente, depois de ter dito tudo e mais o que houvesse da minha pessoa, entrei na Austrália, e apenas no aeroporto de Darwin. Foram ainda umas horas de espera até embarcar para Sydney, o verdadeiro destino. Aqui cheguei bem cedo, ainda não eram 7 da manhã. Procurei pelo shuttle que me levaria a Kent St, local onde ficava a Base Backpackers. Munida apenas de uma camisolinha de algodão adivinhando o costumeiro frio dentro do avião, levei uma chapada do inverno que me bastou para procurar rapidamente um casaco de jeito. Afinal andava há quase 4 meses num verão profundo que me fez esquecer o que são temperaturas baixas. Foi a primeira coisa que fiz depois de me apoderar da cama a que tinha direito daquele quarto de quatro. Procurei um casaco. Vinha preparada para o frio, mas não para tanto inverno...
Restabelecida do choque térmico e do sono, segui em busca da cidade fantástica. Fui entrando a domar o outro choque com que me defrontei - desenvolvimento. De repente, da pacata cidade Dili, com casas não maiores que dois andares, ruas meio alcatroadas, jipes das organizações internacionais, ou táxis com mais de vinte anos numa marcha sem pressas, vejo-me numa cidade grande, prédios altos, todo o tipo de transportes, carros modernos, milhões de pessoas, lojas, restaurantes. Uma cidade moderna. Vagueei procurando cessar o espanto e realizando que não venho do campo à cidade pela segunda ou terceira vez na vida...
As atracções de Sydney são várias, mas tal como gosto de fazer quando chego a uma cidade, deambulei a pé sem destino, reconhecendo as ruas no mapa, observando em redor, percebendo a organização, pensado no que me apeteceria visitar. Subi à torre, àquela grande torre com uma vista de 360 graus sobre a cidade. O passeio por fora, sky walking, está claro que esgotara dias antes. Talvez fosse melhor assim, não tinha de perder tempo a pensar se valeria o dinheiro para a sensação de momentos… Vi a vista de dentro, que me deu uma perspectiva daquela cidade que parece lutar com o mar atirando línguas de terra à conquista de água ou as baías várias que querem vencer no continente. Este sem número de portos e cais, com a água sempre na vista dá à cidade um encanto especial.
A Opera House foi o ponto que elegi como alto. Já estava preparada para a barreira de assistir a um espectáculo nessa magnifica obra de arquitectura inspirada num descascar de uma laranja pelo próprio arquitecto que a desenhou, mas visita-la por dentro era o meu principal objectivo nesta passagem por Sydney. Tinha ido de ferry até Manly beach, uma forma de ver a cidade do mar e ainda de espreitar as praias do outro lado, durante a manhã. Pensei em fazer tempo para mais ao fim do dia, perto do por do sol contemplar a Opera por fora e depois por dentro. Desembarcámos do ferry, eu e o meu amigo libanês, senhor na casa dos 60 a gozar a reforma de mais de 30 anos de trabalho neste país, seguimos em direcção à ansiada visita. Quando nos aproximamos vejo que está fechada, preparavam um festival que iria decorrer na semana seguinte. Foi o descair do sorriso mais flagrante que vivi, mesmo sem espelho pude vê-lo. A simpática Maria, senhora que anunciava o tal espectáculo, desfez-se em alternativas para eu não ficar magoada com Sydney. Claro que não fiquei. Vi a Opera de todas as outras perspectivas possíveis, e ainda aproveitei mais um pouco a companhia do meu amigo libanês, que passeava também sozinho pois a mulher acostumara-se demais à vida caseira que sempre levara e sair não era o seu forte. Um desfrutar mutuo de companhia para vencer a solitária descoberta do bairro das antigas casas da cidade. Com tanto de pouco jeito como de boa vontade e de muita paciência tirou-me algumas fotografias com o cenário da Opera… ou desfocada, ou cortada, ou com um ferry no meio, sempre fiquei com umas fotos do ex libris de Sydney.
Até logo.
2 comments:
Agora é só bjs
Grande Ritinha!!
Foste a gotinha de entusiasmo que me faltava....Tou a poucas horas dessa city e a cadeira ja me pica!!
Casaquinho bem jeitoso...quanto custou?
Bjos e até JÁ!!
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